quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Parte 3

"Não podemos continuar aqui. São poucos, mas o bastante e sabem que não sou o que pareço. Deus, ele não pode me deixar aqui sozinha em meio ao nada. Um mescla de egoísmo com necessidade e afeto. Assim, embebedei parte do casado perdurado no banco com o uísque que me dera a pouco. Desinfetar o ferimento que mal enxergo em tanto sangue. Aos poucos a verdade. Tiro de raspão.
Toda essa tensão... Ah, entardecer sempre me deixa muda. Eu preciso disso todos os dias. Não sei o que pensar sobre minhas escolhas. Dane-se.
Arrastei seu corpo até o banco do passageiro e tomei o volante. Quanto exagero para um tiro de raspão. Como sempre dramático."

(sem data)




"Sei que quem dirige é ela pelos palavrões. Lembro de quando a conheci. O primeiro beijo que nunca aconteceu... O carro pára, abre a porta, me puxa para o chão. Tão delicada quanto minha ironia."

(sem data)